Dos 152 que fugiram em rebelião no antigo IPA, 90 foram recapturados
Tensão tomou conta da cidade após conflito iniciado por conta de apreensão de celular
Heitor Carvalho, Marcus Liborio, Marcele Tonelli, Vinicius Lousada e Redação
Atualizada às 15h10
Atualizada às 15h10
O antigo Instituto Penal Agrícola (IPA) de Bauru registrou rebelião e fuga de 152 de seus 1.430 reeducandos durante a manhã desta terça-feira (24-1), segundo a Polícia Militar. Capacidade oficial é de 1.124, segundo a Secretaria das Administração Penitenciária (SAP). Em nota oficial emitida por volta das 15h, a SAP informou que a polícia havia recapturado 90 presos que conseguiram fugir. Um fugitivo teria se ferido e três agentes também, mas sem gravidade. Não há mortos.
Por volta das 13h, o tenente coronel Flavio Kitazume (comandante do 4.º Batalhão de Polícia Militar) já havia dito que a situação dentro da unidade estava sob controle e que a rebelião foi um caso isolado (ou seja, não há outras unidades prisionais nesta condição na região). Ele destacou, ainda, que foram acionadas as forças policiais da região para apoio na recaptura dos foragidos.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os internos colocaram fogo no setor de alojamentos do CPP-3 e o incêndio que começou a se espalhar pelo prédio. Os bombeiros já controlaram as chamas. Os três pavilhões chegaram a ser atingidos.
O atual Centro de Progressão Penitenciária 3 (CPP-3) "Prof. Noé Azevedo" de Bauru está localizado no km 349 da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) - Bauru-Marília. A maioria dos detentos cumpre pena por crimes relacionados ao tráfico de drogas, mas também há condenados por homicídio, roubo e furto. CPP-3 é uma das 136 unidades prisionais e um dos 15 centros de progressão penitenciária do Estado. Bauru ainda conta com outros dois CPPs e um Centro de Detenção Provisória (CDP).
Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista (Sindcop), o motim teria durante uma revista de rotina, depois que um agente viu um preso usando um telefone celular e tentou apreender o aparelho. Os outros presos da ala se revoltaram.
Pânico
Whatsapp/Reprodução |
Internos foram colocados no pátio do CPP-3 para recontagem durante fuga |
A fuga em massa deixou a cidade em pânico. Alguns detentos roubaram carros para escapar e houve perseguição. De manhã, moradores relataram tiros disparados durante o cerco aos fugitivos, mas a PM informou que não houve feridos com gravidade.
As empresas das imediações do CPP fecharam os portões e ao menos 60% das lojas do centro da cidade baixaram as portas. Taxistas abandonaram os pontos, temendo serem rendidos. A unidade do Poupatempo fechou a entrada principal, reaberta horas depois, e a Câmara de Vereadores encerrou o expediente às 11 horas, sob a alegação de falta de segurança.
A Câmara de Vereadores de Bauru está fechada desde às 11h por ordem do presidente Alexssandro Bussola (PDT) devido à falta de segurança. A Prefeitura também fechou as portas por prevenção e retoma atendimento ao público a partir das 14h.
Os shoppings de Bauru seguem abertos, mas com alerta reforçado em segurança. Até porque alguns detentos, nas ruas, fizeram ameaças a quem encontravam pela frente. O Poupatempo fechou as portas. Escolas municipais remanejaram funcionários para outras unidades.
Aceituno Jr. |
Imagens aéreas mostram a destruição no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) 3, o antigo IPA |
Malavolta Jr. |
Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário Paulista (Sindcop), o motim teria durante uma revista de rotina, depois que um agente viu um preso usando um telefone celular e tentou apreender o aparelho |
O JCNET acompanha o caso
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